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 José Jacinto Nunes

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José Jacinto Nunes
Nascimento: 25 de Outubro de 1839 , Pedrogão Grande
Falecimento: 9 de Novembro de 1931, Grândola
Actividade: Presidente da Câmara Municipal de Grândola


José Jacinto Nunes nasceu em Pedrógão Grande, a 25 de Outubro de 1839. Faleceu em Grândola, a 9 de Novembro de 1931. Foi aluno do Seminário de Coimbra, tendo-o abandonado para se inscrever na Faculdade de Direito, onde tirou o seu curso. Numa geração que viveu sob a influência das ideias da Revolução Francesa de 1789, Jacinto Nunes revelou-se um entusiasta pelos ideais democráticos. Terminado o curso em 1865, exerceu a advocacia na sua terra natal durante algum tempo. Em 1866 foi nomeado administrador do concelho de Grândola. Desempenhou a presidência das câmaras municipais de Torres Vedras e Abrantes.

A partir de 1870 exerceu, quase ininterruptamente, a presidência da Câmara Municipal de Grândola. Casou em 7 de Julho de 1869, na igreja de Santa Margarida da Serra, com Maria da Natividade Pais de Vasconcellos, data a partir da qual se afeiçoou de tal forma a esta terra que apenas se deslocava a Lisboa para o desempenho da sua actividade parlamentar e apenas durante o período de férias. Fez parte do Directório do Partido Republicano, tendo sido vítima de perseguições e preso por duas vezes. Embora candidato em 1870, apenas foi eleito deputado em 1893, pelo círculo de Lisboa, tendo sido um dos primeiros deputados republicanos a entrar no Parlamento. Eleito várias vezes deputado, foi seguidamente eleito senador. Tomou parte nas Constituintes, mas nunca quis ser ministro nem nunca foi condecorado. Foi autor do projecto de amnistia contribuindo, assim, para a conciliação dos portugueses.

Teve três parlamentares na família: os genros Brito Camacho, que também foi ministro e chefe do Partido Unionista, e Mário Infante de Lacerda, bem como o seu filho Jorge Nunes, inúmeras vezes eleito deputado e ministro de várias pastas. Jacinto Nunes exerceu sempre a advocacia em Grândola sem nunca ter cobrado honorários a qualquer cliente. Para Grândola conseguiu trazer o caminho-de-ferro, com o apoio do filho Jorge Nunes, a quem foi dado o nome da maior avenida da vila e que vai da Praça da República até à estação ferroviária. Conseguiu ainda a criação da Comarca e que os terrenos onde hoje se situa o complexo turístico de Tróia fossem incluídos no concelho.

Colaborou activamente nos jornais O Século, para cuja fundação contribuiu, e A Luta, entre outros da época. Publicou várias obras, entre as quais Reivindicações Democráticas, Descentralização de Lisboa e Projecto do Código Administrativo. O seu nome foi dado à praça em frente ao cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, o qual foi posteriormente substituído pelo de Paiva Couceiro, sendo o seu nome, por conseguinte, atribuído a uma rua próxima. Na Praça da República, em Grândola, existe uma estátua de Jacinto Nunes, de autoria de mestre Euclides Vaz. A casa onde habitou em Grândola foi, após a sua morte, adquirida pela autarquia, sendo aí instalados os Paços do Concelho, o que se verifica ainda hoje.

Fonte:Câmara Municipal de Grândola